Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio que visa à conscientização da população sobre esse grave problema e formas de evitá-lo.
No Brasil, desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 do mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano
Os dados são alarmantes, no Brasil cerca de 12 mil suicídios ocorrem ao ano e mais de 01 milhão no mundo. As taxas são mais altas entre jovens de 15 a 35 anos e idosos a partir de 75 anos. Esse número já deveria ser suficiente para estimular as pessoas a se mobilizarem pela prevenção dessas mortes precoces.
A pergunta que surge é “como ajudar?”. Muitos se preocupam em não saber o que dizer, mas especialistas asseguram que o essencial, nestes casos, é estar disposto a ouvir, com atenção e sem julgamentos. Acolher é um meio de evitar que se pense na morte como solução para as dores. Ouvir pode ser mais importante do que aconselhar. Manter-se próximo e atento tem o efeito de mostrar para a pessoa que pensa em suicídio que alguém se importa com ela e isso pode ter um efeito transformador.
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), aponta que, ao contrário do que diz o senso comum, 8 em cada 10 pessoas que comete o suicídio dá algum sinal, implícito ou explícito. Estar atento a esses indícios é uma demonstração de amor e cuidado com aqueles que nos cercam.
Segue alguns fatores de risco e sinais de que alguém próximo pode estar precisando da nossa ajuda.
- Transtornos mentais e de humor; (depressão, bipolaridade, esquizofrenia, síndrome do pânico, etc)
- Abuso de álcool e drogas;
- Acúmulo de vícios;
- Crises (familiares, de relacionamento, financeira, profissional)
Sinais de que a pessoa pode estar pensando em suicídio:
- Frases como “eu preferia estar morto”, “eu sou um perdedor e um peso pros outros”, “os outros vão ser mais felizes sem mim”, “queria poder viajar e nunca mais voltar”;
- Abandono de um hobby sem substituição por outro;
- Desleixo repentino com a saúde, higiene pessoal e aparência;
- Isolamento;
- Mudança abrupta de comportamento (o extrovertido se tornar introvertido e vice-versa);
- Alterações constantes de humor (euforia x tristeza).
É importante ressaltar que, a despeito do benefício que pode ter uma conversa para quem pensa em suicídio, isto não substituiu o tratamento psicológico e psiquiátrico, necessários em alguns casos. De todo modo, todos nós, mesmo que não sejamos profissionais, podemos ajudar a prevenir o suicídio e a preservar a saúde emocional uns dos outros, com o simples ato de ouvir e cuidar, inclusive de nós mesmos, procurando ajuda de alguma maneira, com amigos, familiares ou o CVV, quando precisarmos falar sobre algo que nos incomoda.
*Precisando conversar, acesse www.cvv.org.br ou ligue 181 e veja as formas de atendimento disponíveis.
Fontes:
https://www.abp.org.br/setembro-amarelo ( asso.c Brasileira de Psiquiatria)
https://www.cvv.org.br/ (Centro de Valorização à Vida)